Por Margarida Garcês, psicóloga clínica e diretora do Ginásio da Educação Da Vinci de Braga.
O divórcio pode ser caracterizado como um período difícil e exigente para toda a família. A separação do casal implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade. (Por Margarida Garcês)
O divórcio pode ser caracterizado como um período difícil e exigente para toda a família. A separação do casal implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade. Contudo, é importante salientar que o divórcio não predestina o fim daquela família. É sim necessário que haja ajustamento familiar. Ninguém deixa de ser filho ou pai. Existem, sim, adaptações a fazer e neste sentido, os pais devem conversar e decidir as medidas a seguir no que concerne a educação e bem-estar dos seus filhos, tendo sempre em consideração o interesse da criança. Quantos mais conflitos e pressões envolverem a criança (antes e durante o processo de separação e divórcio), mais negativo será o impacto e mais graves as consequências.
Também um estado de indefinição prolongada (por exemplo pais separados mas a viver na mesma casa) é fonte de potenciais conflitos e de angústia para a criança. Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito entre os pais, antes e após a separação, são dimensões associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.
Como preparar então as crianças para a separação dos pais?
Para lá de todas as questões logísticas e práticas, como podemos dizer a um filho que “a mãe e o pai já não são um casal”? Certo que, a criança passa a ter duas casas – a sua casa com a mãe e a sua casa com o pai, e muitas vezes rotinas e atividades extra curriculares diferentes. Em alguns casos, a adaptação torna-se um processo mais difícil, que se prende fundamentalmente com o tipo de relação estabelecida entre os pais e a criança. Relações inseguras acabam por fragilizar esse mesmo processo de adaptação. Os pais são uma peça-chave na adaptação da criança.
Lembre-se! Perante conflitos parentais, as únicas vítimas são as crianças. Portanto esteja atento ao seu filho. As crianças não dizem que estão com ansiedade – dizem “doí-me a barriga”. Esteja atento ao comportamento do seu filho, à manifestação da ansiedade, irritabilidade, pesadelos, perturbações do sono e alimentares, descontrolo do esfíncter, pois são sintomas associados a períodos de mudança, uma resposta a algo inesperado e imprevisível e que requer adaptação. Caso os sintomas persistam, os pais devem procurar ajuda especializada, de um psicólogo, de forma a identificar o problema e tentar resolvê-lo.
O divórcio pode ser caracterizado como um período difícil e exigente para toda a família. A separação do casal implica mudanças e desafios, o que gera sentimentos de alguma insegurança e ansiedade. Contudo, é importante salientar que o divórcio não predestina o fim daquela família. É sim necessário que haja ajustamento familiar. Ninguém deixa de ser filho ou pai. Existem, sim, adaptações a fazer e neste sentido, os pais devem conversar e decidir as medidas a seguir no que concerne a educação e bem-estar dos seus filhos, tendo sempre em consideração o interesse da criança. Quantos mais conflitos e pressões envolverem a criança (antes e durante o processo de separação e divórcio), mais negativo será o impacto e mais graves as consequências.
Também um estado de indefinição prolongada (por exemplo pais separados mas a viver na mesma casa) é fonte de potenciais conflitos e de angústia para a criança. Questões de ordem financeira, o temperamento e a idade da criança, problemas psicopatológicos dos pais, nomeadamente depressão, coparentalidade conflituosa e a intensidade e frequência do conflito entre os pais, antes e após a separação, são dimensões associadas ao melhor ou pior ajustamento da criança numa situação de divórcio ou separação dos pais.
Como lidar?
1.Nãoescondanadaeconversecomoseufilho
Conversar abertamente com o seu filho, sublinhando que o divórcio dos pais não implica a separação emocional entre pais e filhos. Possibilite a abertura de um campo de compreensão e entendimento na criança, que facilitará a integração desta mudança.
2.Deveserclaroparaacriançaqueodivórcioéconjugalenãoparental
Deve ser claro para a criança que o divórcio é conjugal, não parental, e isso requer que os próprios pais separem aquilo que pertence ao ex-casal daquilo que envolve os filhos. Quanto melhor for esta separação entre o papel conjugal e o papel parental, melhor o ajustamento da criança.
3.Aceiteassuasreações,escute-o,acolhaoqueestáasentir
É natural que as crianças reajam. Pouco natural seria não existirem consequências. Por isso, é importante que sinta e que transpareça que compreende as reações do seu filho. Dê-lhe tempo e espaço para que as mesmas aconteçam.
4.Passetempodequalidade
O fato de se terem separado, enquanto casal, não deverá influenciar as relações que têm, enquanto pais, com a criança. Acima de tudo, é fundamental que compreenda, enquanto pai/mãe e adulto, que não é o divórcio em si que poderá ter consequências negativas quer para o casal como para as crianças, mas sim a forma como o divórcio é conduzido.
Por isso, se tentou ter um bom casamento, tente também ter um “bom divórcio”.
Margarida Garcês, psicóloga clínica e diretora do Ginásio da Educação Da Vinci de Braga